Primeiros Passos do Ferromodelismo
PRIMEIROS PASSOS (FERROMODELISMO)
DEFINIÇÕES E CONCEITOS
O modelismo ferroviário ou ferromodelismo é um hobby para toda a família, pois oferece uma opção de lazer com a participação de todos, pais e filhos... Tudo o que envolve a realização das montagens dos trilhos, instalações, construções em miniatura, cenários, paisagens até a operação dos controles da ferrovia em si... Isso tudo é diversão garantida e as crianças a partir de 7 anos já estão aptas a participar com os pais da construção de uma ferrovia em miniatura.
O ferromodelista é aquele que constrói uma mini ferrovia com a respectiva paisagem, casas, estações, desvios, túneis e pontes... e também é quem opera os trens através do controlador de marcha (que controla a direção e a velocidade) e do painel de controle (que gerencia a mudança de trilhos).
Os componentes têm vida útil muito longa e podem ser reaproveitados em funções diferentes da original quando esgotam. A maior parte do material chega a durar mais de 15 anos em perfeitas condições (até "melhoraram" um pouco na aparência, pelo envelhecimento).
Pode-se gastar muito dinheiro comprando elementos de cenário, mas igualmente muito dinheiro pode ser economizado usando-se a criatividade e construindo elementos como casas, árvores, mato, etc. usando materiais prontamente disponíveis e baratos, como retalhos de espuma ou isopor, ou até mesmo uma caixa de fósforos ou palitos de picolé. Você pode produzir muito no hobby gastando 10 reais por mês se for o caso.
Pode-se montar uma maquete em 60 dias ou 15 anos, conforme você tiver disponibilidade financeira para isso. E o processo é divertido em todos os passos intermediários. O único requisito crítico é o espaço. Algumas empresas brasileiras que fornecem a maior parte do material rodante e trilhos para os ferromodelistas brasileiros praticam preços muito camaradas. Um vagão custa apenas 15 a 20 reais, e aos poucos pode-se comprar e montar um "brinquedo" com aparência incrivelmente real e muito educativo. Uma locomotiva custa 90 reais ou menos, o que também não é uma despesa ruinosa. O preço é mais salgado para os elementos de cenário e opcionais, mas estes você compra se quiser.
Não há limite no que você pode fazer com as próprias mãos, ao menos na escala HO (1:87) que é a mais popular. O normal é adquirir os veículos, trilhos e desvios prontos, mas nada impede que você também os construa. Ferromodelistas muito avançados como há nos EUA e Europa fabricam seus próprios trilhos e desvios, comprando apenas o trilho metálico "a metro", efetivamente construindo a ferrovia de forma semelhante a como a coisa é feita no mundo real. Muitos ferromodelistas aqui mesmo no Brasil constroem vagões e locomotivas, para uso próprio ou para venda a terceiros, comprando apenas peças miúdas como rodas, motores e redutores, que seria realmente mais complicado tentar fazer em casa (e exigiria um maquinário respeitável). Não raro trechos de trilhos "especiais" como pontes também são feitos artesanalmente.
Enfim, o único limite desse hobby é a imaginação...
AS ESCALAS DE REDUÇÃO
Existem várias escalas de redução que variam de país para país... O espaço ocupado pela maquete vai ser proporcional à escala. As escalas mais populares são: em primeiríssimo lugar HO (1:87), num distante segundo lugar a escala N (1:160), e ainda mais longe as escalas Z (1:220) e O (1:43.5 aprox.). Abaixo vamos definir as mais conhecidas mundialmente:
A escala HO: acabou tornando-se a mais popular do mundo, inicialmente por uma série de ocorrências pitorescas, e modernamente por ser uma escala onde os elementos podem ser construídos pelo próprio modelista, com detalhamento suficiente para a escala, e sem grandes dificuldades. A escala O exige detalhamento impecável, as escalas N e Z são em geral muito miúdas para confecção amadora de qualquer coisa. A proporção 1:87, realmente esquisita, é derivada do fato de que os trilhos HO têm 16.5mm de bitola (espaço interno entre os trilhos). Como o padrão internacional de bitola real é 1.435m, eis a relação. Note que no Brasil os trilhos usam bitola métrica (1m) ou larga (1.6m), de modo que, para quem está acostumado à bitola métrica como eu, os trilhos HO parecem mais largos que o "normal".
A escala 1:87 nem sequer é absoluta. Quase todo fabricante adota licenças poéticas, ou seja, distorções, em seu material rodante. Um exemplo famoso são algumas locomotivas de corpo estreito, cuja proporção real é 1:79 para que coubesse o motor. Outro motivo da escala 1:79 é que tais locomotivas são estreitas também na realidade, pois são concebidas para bitola estreita. Uma locomotiva dessas em bitola 1.435m ficaria com as rodas quase saltadas para fora. O mesmo aconteceria num modelo 1:87 exato com triho HO; pode até ser "real", mas não seria "agradável" aos olhos.
A escala N: tem arregimentado muitos adeptos no Brasil nos últimos anos, pois apesar de ser um país continental, as habitações aqui costumam ser sempre insuficientes, mesmo para pessoas da classe média. Nos EUA, as casas costumam ser mais espaçosas. No Japão por exemplo, onde o espaço é um problema e a tecnologia é super avançada, a escala mais utilizada é conhecida como Escala N, que reduz todo o ambiente da mini-ferrovia em 1/160 do tamanho original.
Na direção oposta, a escala O ocupa muito espaço e os elementos são realmente grandes, sendo muito usada para "ferromodelismo de jardim" onde os trens andam em cenários a céu aberto.
Para emular melhor a bitola métrica, que existe em diversos lugares do mundo, existe o padrão HOn3, versão de HO com espaçamento dos trilhos de 12mm. O uso de HOn3 resolveria o problema da "esquisitice" das locomotivas estreitas.
Como os trens fazem curvas sempre muito abertas (de grande raio), o espaço quadrado ocupado por qualquer ferrovia, real ou modelo, é sempre grande. Para manter a maquete num tamanho civilizado, temos de abrir mão de várias "realidades". Por exemplo, numa ferrovia métrica velha como é a Curitiba-Paranaguá, o raio mínimo de curva é 60 metros. Isso é considerado apertadíssimo para os padrões ferroviários. Uma ferrovia moderna como a Ferrovia do Aço tem raio mínimo de 900m.
Mas um raio de 60 metros equivale a 70cm em HO. Um círculo com esse raio tem 140cm de diâmetro e ocupa 2 metros quadrados! A maioria das maquetes usa curvas muito mais apertadas para caber em menos espaço. O raio mais apertado em HO é fixado em 36cm ou 15 polegadas. Dizem que isso foi definido para que uma curva de 180 graus coubesse em 72cm, pouco menor que a largura de uma mesa de jantar padrão, que é de 80cm. Isso visava fomentar as vendas de trens de brinquedo no Natal.
Outra licença que temos de tomar é quanto ao comprimento dos trens. Um trem de 500m, perfeitamente comum, ocuparia quase 6m de comprimento HO. Muitas maquetes ovais não têm esse comprimento na volta inteira, impossibilitando trens muito compridos. A maioria dos ferromodelistas tem de se contentar com trens de 4 ou 5 vagões. Como a escala HO é mundial, ela traz a possibilidade de alguém comprar um trenzinho para você quando viajar ao exterior. Mas o padrão HO americano é um pouco diferente do europeu; o americano é mais fiel ao trem real, enquanto o europeu tem funcionamento mais robusto.
Para ficar num exemplo, as rodas dos HO europeus têm flanges maiores, para não descarrilar facilmente mesmo que haja imperfeições em emendas de trilhos, e funcionar bem mesmo em raios apertados.
Os engates entre vagões também são diferentes nos EUA e Europa. Um trem real tem engates presos no chassi. O padrão europeu usa engates presos nos rodados; bem menos real, mas faz curvas apertadas sem chiar. O padrão americano é fiel ao protótipo, o que exige curvas suaves; e *ainda mais* suaves para vagões compridos.
O padrão adotado pelo fabricante brasileiro é o europeu, por motivos históricos, e porque facilita a vida do iniciante e de quem precisa usar curvas apertadas devido ao pouco espaço para a maquete. Se alguém for aos EUA e quiser lhe trazer um trem HO, ao menos esclareça-o a escolher um vagão curto, ou uma locomotiva diesel com 2 eixos por truque (B-B). Vagões longos, locomotivas com 3 eixos ou locomotivas longas a vapor certamente vão incomodar numa maquete típica.
A alimentação dos trens é feita pelos próprios trilhos, em corrente contínua de 12 a 16V. Sistemas antigos usavam corrente alternada, e escalas grandes usavam inclusive tensões perigosas, mas tais sistemas estão praticamente extintos. Como não há nada mais simples que alimentar motorzinhos e lâmpadas com 12V, o ferromodelismo também é uma grande oportunidade de aprender eletrônica básica. Em modelismo de controle remoto, não há aprendizado: você compra o rádio e usa.
Dispositivos magnéticos situados na linha permitem ao operador engatar e desengatar vagões, formar composições e tornar a desmanchá-las, sem necessidade de pôr as mãos na ferrovia ou nos trens. Aliás, obter pleno sucesso nesse sentido já é um incrível jogo de habilidades e por tudo isso, o esquema convencional de alimentação por corrente contínua ainda é o mais usado, pois é uma fonte de satisfação adicional para o hobbysta, ao menos para o que entende de eletrônica.
O modelismo ferroviário é um dos Hobbies mais completos que existem, abrangendo uma infinidade de sub-categorias:
História das ferrovias e dos trens
Plastimodelismo e Construções em miniatura
Decoração, Paisagismo e Marcenaria
Eletricidade, Eletrônica e Micro-mecânica
entre outras..(texto retirado da internet sem autor)